História do Cinema Mundial: Novo Cinema Mexicano

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História do Cinema Mundial: Novo Cinema Mexicano

A Revolução Mexicana de 1910, que derrubou o ditador Porfirio Dias, foi o primeiro momento histórico registrado pelo cinema no país. A partir de 1911 começaram a ser exibidos no país documentos gráficos sobre a revolução, como Insurrección en México, El viaje del señor don Francisco Madero de Ciudad Juárez a esta capital, ambos dos irmãos Alva, Asalto y toma de Ciudad Juárez, entre outros.

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Os anos de ouro do Cinema Mexicano foram na décadas de 40, chegando ao seu auge em 1946, quando Maria Candelária ganhou o Grande Prêmio no Festival de Cannes. O México tornou-se o maior produtor cinematográfico na língua espanhola. Isso se deu ao fato de o país estar passando por um período de prosperidade e crescimento econômico, aliado ao suporte financeiro e até com equipamentos dos Estados Unidos para o México desenvolver a indústria de cinema graças ao alinhamento do país latino durante a Segunda Guerra Mundial.

Após a Segunda Guerra, o cinema mexicano enfrenta uma grave crise, pois com a concorrência aumentando na Europa, a saída foi baratear ao máximo os custos de produção dos filmes, fazendo a qualidade cair, junto com o interesse da classe média e alta. Para piorar, a televisão surgiu na década de 50 e seguia o mesmo estilo comercial americano.

Na década de 70 foi anunciado um Plano de Reestruturação da Indústria Cinematográfica originando o Novo Cinema Mexicano, um sistema de produção, distribuição e exibição que atualizam a indústria cinematográfica em todos os setores. Com a melhora da qualidade das produções, esses novos filmes passaram a ser exibidos nas salas mais importantes de cinema e tiveram seus preços de bilheteria reajustados, o que foi um prejuízo cultural para as classes mais pobres. Em 1971 aconteceu a primeira Mostra Internacional de Cinema, promovendo a produção e promoção de festivais nacionais.

Para levar adiante o plano, o Estado passa a apoiar diretamente as produções, desestimulando o investimento de particulares. Nesse momento, também é feita uma renovação de diretores e trabalhadores, mudando ou revendo, também, a temática e os gêneros.

Os novos diretores modernizam as técnicas e narrativas, valorizando sua liberdade criativa. As estrelas que brilharam na década de 40 dão lugar a novos atores e atrizes, mais capacitados e talentosos. Assim, o novo cinema consegue atrair a atenção da classe média e dos estrangeiros.

Felipe Cazals, um dos principais diretores da época, produziu uma famosa trilogia com os filmes Canoa (1975), El apando (1975) e Las Poquianchis (1976), que mostravam, de forma cruel, os diferentes momentos da realidade da sociedade mexicana. Alejandro Jodorowsky consegue terminar de rodar La montaña sagrada (1972) graças ao apoio financeiro do ex-Beatle John Lennon. Marcela Fernández Violante, única mulher diretora da indústria, estreia De todos modos Juan te llamas (1974), sobre a Guerra Cristera.

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Cartaz do filme Canoa, de 1975
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