Que lições de roteiro podemos aprender com “Um lugar silencioso”?

Que lições de roteiro podemos aprender com “Um lugar silencioso”?

Que lições de roteiro podemos aprender com “Um lugar silencioso”?

Se você é ligado em cinema assim como a gente, com certeza já assistiu ou ouviu falar de “Um lugar silencioso”.

Basicamente, trata-se de uma história de terror onde uma família tem que viver em completo silêncio para permanecer viva, ao passo que qualquer – qualquer! – barulho pode trazer a ameaça que já dizimou o restante da população que vivia ali.

Como já é possível imaginar pelo título e sinopse, o filme é praticamente mudo. Para contar uma história sem falas, o roteiro precisa ser bastante inteligente para transmitir as ideias e sentimentos a quem está assistindo.

Vamos nos aproveitar disso (rsrs) e aprender 4 grandes lições para qualquer produção audiovisual (com ou sem falas!).

Ideias podem vir de qualquer lugar

É importante estar sempre com os olhos e mente abertos para tudo o que acontece ao nosso redor. Qualquer situação pode dar aquele “click” para uma ideia fantástica. Deixar o radar sempre ligado é fundamental, especialmente para quem trabalha com criação.

A ideia de fazer um filme praticamente mudo veio durante as aulas na faculdade. Scott Beck e Bryan Woods estudavam comunicação da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos. Uma das matérias era sobre como se comunicar de forma não verbal. Outra era sobre os filmes do roteirista francês, Jacques Tati, cujas produções Playtime e Mon Oncle eram praticamente mudas.

Essas foram as deixas que os fizeram pensar em como seria fazer um filme mudo na atualidade e por que não havia mais longas desse tipo por aí. Começou a nascer a ideia de “Um lugar silencioso”.

Flexibilidade é tudo

 Às vezes, temos uma ideia genial sobre o roteiro e ficamos preso àquela única maneira que pensamos ser excepcional. Entretanto, é importante ser flexível e não ficar “fechado” em apenas uma forma de conta aquela história.

Em “Um lugar silencioso”, os roteiristas sabiam que o nascimento da criança seria o ápice do filme e, para manter o interesse da audiência, seria melhor antecipar esse momento. Porém, ao analisarem de forma mais ampla, perceberam que o telespectador teria, sim, apego pela história da família e decidiram que colocar o parto mais para frente, em uma situação menos favorável para a família e com tempo suficiente para construir o drama todo, deixaria a cena ainda mais impactante. Bingo!

Trabalho em parceria

Quando ficamos algum tempo trabalhando em um projeto, criamos um certo apego. Nessas horas, é comum não querer que ninguém mais interfira naquele trabalho que é como um filho para você, né? Mas não deveria ser assim. Muitas vezes, contar com a visão e experiências de outras pessoas envolvidas pode deixar o trabalho muito mais rico.

Isso aconteceu no processo de criação de “Um lugar silencioso”. O roteiro caiu nas mãos de John Krasinski (diretor e ator do longa) justamente quando seu segundo filho havia acabado de nascer. Essa vivencia da paternidade deu a Krasinski mais realidade e profundidade ao colaborar com o roteiro, visto que os dois roteiristas ainda não eram pais. As cenas em família e acerca do nascimento da criança ficaram muito mais realistas e com riqueza de sentimentos graças ao olhar e sensibilidade de alguém com conhecimento de causa para agregar valor.

Tenha jogo de cintura

Tem circunstâncias em que a coisa não sai muito bem conforme o planejado, e é preciso ter jogo de cintura para contornar a situação. Isso acontece, e muito!, em um set de filmagem.

Em “Um lugar silencioso”, a ideia original de uma das cenas incluía a criança tentando escapar do monstro enquanto afundava em um silo gigante de milho. Então, o monstro batia com força na parede do silo, que abria um buraco e a criança era expelida para fora junto com os grãos.

Se você assistiu ao filme, percebeu que essa cena não foi bem assim. Isso porque a logística de gravação seria muito complicada e extremamente cara. Então, optaram por uma cena mais simples e que se resolvesse no roteiro.

É preciso “rebolar” para encontrar soluções com os recursos disponíveis.

 

E você, o que achou do filme? Quais lições aprendeu que gostaria de colocar em prática?

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