Governo de SP corta verba da cultura em plena pandemia

Governo de SP corta verba da cultura em plena pandemia

Governo de SP corta verba da cultura em plena pandemia

Não é novidade para ninguém que a crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus atingiu em cheio diversos setores da sociedade, e a cultura foi um deles.

Com o isolamento social necessário e as aglomerações proibidas, espetáculos, shows, cinemas, teatros, festivais foram suspensos desde o ano passado. Há quase um ano, o setor que já vinha sofrendo com a desorganização e a falta de repasse de verba do governo está vivendo dias cada vez mais sombrios.

2021 começou e a pandemia ainda está longe de terminar, apesar do sopro de esperança com a chegada das vacinas. Quase um ano de crise e a cultura de todo o país segue praticamente paralisada e, pior, abandonada.

Pois bem. No fim de janeiro desse ano, o governo do Estado de São Paulo publicou no Diário Oficial a extinção, pelos próximos três anos, da principal política pública cultural de renúncia fiscal do Estado, o PROAC ICMS, Lei Estadual de Incentivo à Cultura de São Paulo, que tinha R$100 milhões para o fomento a projetos aprovados pela Comissão de Análise de Projetos da Secretaria. Essa decisão foi tomada, segundo carta dos artistas, sem nenhum tipo de consulta ou diálogo com o Conselho Estadual de Cultura ou com a própria Comissão de Avaliação de Projetos (CAP-PROAC).

Mais uma vez, a cultura e as pessoas que dependem dela são deixados à própria sorte.

A cultura não só é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade como tem um grande peso para a economia. De acordo com um estudo da FGV-SP e SEBRAE em conjunto com a própria Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa de SP (SEC), realizada entre maio e junho de 2020 para avaliar os efeitos da crise da COVID-19 no setor da economia criativa do país:

A economia criativa no país representa 2,64% do PIB, proporciona 4,9 milhões de postos de trabalho e conta com 300 mil empresas e instituições. Em São Paulo, o setor gera 3,9% do PIB, 1,5 milhão de postos de trabalho e 150 mil empresas e instituições, sendo responsável por 47% do PIB criativo do país.

De acordo com as 546 empresas de economia criativa em todas as regiões do país que participaram da pesquisa:

  • 86,6% das empresas tiveram queda de faturamento a partir de março de 2020
  • 63,4% tiveram que paralisar suas atividades devido à crise gerada pela pandemia
  • 42,1% tiveram projetos cancelados devido à crise gerada pela pandemia
  • 19,3% realizaram demissões devido à crise gerada pela pandemia

A estimativa é que o setor só retomará o patamar de geração de PIB de 2019 em 2022, e a perda estimada no biênio 2020-2021 será de R$ 69,2 bilhões (queda de 18,2% no período).

 

E você, quais medidas acredita que seriam necessárias para conter a crise na cultura?

Receba nossos artigos!
Nós respeitamos sua privacidade.