Como Hitchcock usava a cinematografia para contar histórias

Como Hitchcock usava a cinematografia para contar histórias

Como Hitchcock usava a cinematografia para contar histórias

Alfred Hitchcock foi um dos grandes diretores de cinema de todos os tempos. E isso não somos nós quem estamos falando… O britânico foi eleito pelo The Telegraph o maior diretor da história da Grã-Bretanha e, pela Entertainment Weekly, o maior do cinema mundial. Em seu “currículo” estão clássicos que entraram para a história, como Psicose, Janela Indiscreta, Os Pássaros, Um Corpo que Cai, Topázio, entre muitos outros.

Uma história tem muitas maneiras de ser contada, e muito de sua genialidade está na forma como ele escolheu fazer isso. Um ângulo, um take, um enquadramento bem pensado fazem toda a diferença para transmitir ao público os sentimentos e o clima da cena de formas mais dramáticas, intensas e menos óbvias.

Separamos alguns truques de cinematografia que Hitchcock utilizou em diversos momentos de suas produções que podem servir como inspiração e aprendizado:

Mais tempo na expressão da personagem

Em Os Pássaros (1963), a câmera ficou alguns segundos a mais focando no rosto da mãe quando ela chega no restaurante e cumprimenta os dois personagens que já estão lá. Mesmo quando os outros falam, a câmera continua no rosto da mulher, mostrando o sentimento dela em relação àquelas pessoas. Fica claro que há um desconforto e sinal de conflito iminente.

Close e perfil

A apresentação da personagem Madeleine, em Um Corpo que Cai (1958), vem com um close, o que demonstra intimidade. O ângulo encolhido, onde ela aparece diversas vezes de perfil, também é uma escolha pensada e que aparece em diversos trabalhos de Hitchcock, pois quando se vê metade de u rosto, a impressão que dá é que se conhece somente metade daquela história, intensificando o mistério.

the artist – The Nuge.

O telespectador na perspectiva do personagem

Colocar o telespectador na perspectiva do personagem também é uma técnica recorrente do diretor e acontece em diversos filmes, como Psicose. Ele consegue esse resultado filmando o personagem de frente (e se estiver em movimento, a câmera também acompanha) para, logo na sequência, mostrar a imagem que o personagem vê daquele ângulo que se encontra. Isso ajuda a criar maior imersão e engajamento do público com a história.

Ângulos altos

Hitchcock também faz uso de takes filmados do alto. Sob essa perspectiva, é possível criar a sensação de ameaça e acentuar a tensão.

Murder - Alfred Hitchcock's "Psycho" - CBS News

Panorama e zoom

Em meio à multidão que se espalha por um salão de baile em Jovem e Inocente (1937), dois personagens estão à procura de outro que possui uma característica específica: um “tique” entre os olhos. A cena, então, abre um panorama e vai passeando por todo o ambiente até se fechar em um zoom no detalhe entre os olhos do músico da banda, a última pessoa sentada do lado oposto do salão.

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