Como é ser mulher no cinema japonês?

Como é ser mulher no cinema japonês?

Como é ser mulher no cinema japonês?

Um dos assuntos falados no Discover Beauty Symposium, evento que aconteceu em meados de junho, e patrocinado pela Japan Cultural Expo e Short Shorts Film Festival & Asia, foi sobre a presença das mulheres no cinema japonês.

A temática da equidade de gêneros no audiovisual já foi abordada diversas vezes por aqui. Esse mercado sempre foi visto como um ambiente masculino, dominado por homens, desde o mais alto diretor até a equipe técnica. É fato que essa realidade vem mudando, ainda que timidamente, abrindo espaço para que mulheres talentosas possam fazer o seu trabalho, mas o caminho ainda é longo. Se quiser ler mais sobre esse assunto:

No painel, Chikako Suzuki, vencedora do Emmy, trabalha exclusivamente em Hollywood e disse que o movimento #MeToo ajudou a mudar um pouco as coisas, e mesmo nos departamentos de iluminação e maquinário, dominados por homens, ela está vendo mais mulheres.

“Não acho que as mulheres estão trabalhando pensando, tipo, são mulheres”, disse Suzuki. “Mas definitivamente elas podem trazer um elemento diferente para o set. E eu percebo que atrizes se sentem um pouco mais confortáveis se mais mulheres estiverem no set”.

A diretora de documentários, Ema Ryan Yamazaki, trabalha em Nova York e contou a história de uma chefe que encurtou sua licença-maternidade para garantir seu emprego, e ela tem medo de ter que fazer o mesmo. “Estou muito preocupada em ser esquecida de alguma forma se não trabalhar durante alguns anos. Acho que é uma indústria implacável, tanto nos EUA quanto no Japão. Mas acho que no Japão, especialmente, ainda há problemas em torno de trabalhar com crianças que prevejo em meu futuro próximo.”

Isso é, de fato, uma preocupação real, já que as mulheres que escolhem ter filhos não são bem-vistas no Japão e têm dificuldades com a carreira.

“Poucas garotas sonham em se tornar diretores de cinema porque existem muito poucos modelos de comportamento. Eu realmente não posso imaginar que não haveria interesse se a oportunidade fosse mais normal. Acho que o Japão está bastante atrasado nesse aspecto.”, disse Yamazaki.

Suzuki diz não aceitar trabalhos no Japão porque sabe que não vai ter a mesma liberdade criativa que tem em Hollywood. Ela contou sobre ter sido convidada a atuar como consultora em um projeto, mas a pessoa que foi convidada a ajudar foi um japonês que a tratou como se não quisesse sua ajuda.

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