Cinema drive-in: como a pandemia fez eles ressurgirem

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Cinema drive-in: como a pandemia fez eles ressurgirem

Quem nunca viu em filmes antigos os famosos cinemas drive-in? Aqueles em que um telão ao ar livre exibe filmes para um público que assiste de dentro dos seus próprios carros, com direito a pipoca e refrigerante. Esse modelo de cinema foi muito popular nos Estados Unidos, principalmente nas décadas de 50 e 60, época do auge do american way of life. Um dos maiores foi o Johnny All-Weather Drive-In, em Nova York, que comportava 2500 veículos.

De fato, com o avanço da tecnologia e a popularização das fitas VHS, o cinema drive-in foi saindo de moda e dando lugar a novos formatos, como o streaming a que estamos tão acostumados hoje e não imaginamos mais a vida sem poder assistir séries e filmes quando quisermos do conforto do nosso sofá.

No Brasil, o cinema drive-in também teve seus anos de glória. Basta perguntar para seus pais e avós se já viveram essa experiência e não será difícil encontrar resposta positiva. O único que ainda mantém tem suas portas abertas é o Cine Drive-in de Brasília, inaugurado em 1973. Por conta da pandemia, o último sobrevivente desse estilo de consumir cinema viu a procura por ingressos disparar nas últimas semanas.

Uma vez que as salas de cinema estão fechadas e aglomerações estão proibidas, “ressuscitar” o cinema drive-in se tornou um excelente negócio, tanto para as empresas quanto para o público, já sedento por atividades de entretenimento que podem realizar fora de casa – e com segurança.

Marta Fagundes, diretora do complexo, diz que até estranha essa mudança. Em uma segunda-feira normal, o cinema recebia de 30 a 40 carros. Depois da reabertura, foram 150 veículos nesse mesmo dia da semana. Por conta do feriado de 1º de Maio, o cinema vendeu cerca de 2.800 ingressos e viu filas se formando na entrada – um cenário que, provavelmente, não se observava há muitos anos.

E não é só na capital do país que esse modelo ressurgiu, não! Em Praia Grande, São Paulo, o grupo Cinesystem abriu um espaço no estacionamento do shopping Litoral Plaza e exibiu “Nasce uma Estrela”, sucesso de Bradley Cooper e Lady Gaga. Tinha até pipoca e bebida sendo servida direto nas janelas dos carros, para evitar que as pessoas saíssem e se formassem aglomerações, o que vai contra a recomendação nesses tempos sombrios de pandemia. O único ponto que pode ser frustrante para alguns é que a exibição foi dublada, uma vez que a legenda pode ter difícil leitura para quem está mais longe da tela, prejudicando o acompanhar da história.

É interessante observar que, algumas vezes, voltar ao passado não significa “andar para trás”. É importante estar de olhos sempre abertos para enxergar novas oportunidades a partir de velhos modelos, que podem fazer sentido quando o mundo muda drasticamente e ninguém se preparou para isso.

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