8TALKS – Voando com experts em Drone e Camera Cars


8TALKS – Voando com experts em Drone e Camera Cars

Conversamos com Emerson Pena, da Coptercam, sobre sua carreira e o mercado brasileiro

 

Você sabe aquelas cenas de tirar o fôlego em que acompanhamos uma corrida veloz entre carros, galopamos juntos a um grupo de cavalos em um vasto gramado ou voamos sobre uma cidade entre seus prédios? Seja em filmes, propagandas ou vídeos empresariais, esse tipo de cena sempre chama atenção e acaba se destacando. É exatamente isso que a galera da Coptercam faz há mais de 10 anos, captando imagens com Drones e Camera Cars.

Camera Car. Imagem: https://www.coptercam.com.br/

“Voar com drone é uma coisa, fazer uma boa imagem é outra completamente diferente”   

E isso não é fácil, não! Atualmente uma das maiores empresas de filmagens aéreas do Brasil, a Coptercam foi pioneira na utilização de aeromodelos para captação de imagens aéreas. Emerson Pena começou, lá em 2009, com uma GoPro acoplada em um Helimodelo (um mini helicóptero, mesmo), sem nenhuma tecnologia de link de vídeo ou estabilizador de vôo. “Tudo era muito novo e havia pouca informação na internet sobre drones ou multirotores”, explica Emerson. 

Até 2012, não haviam muitos equipamentos de confiança para a captação aérea no mercado. O Drone alemão MK (Mikrokopter) era programado em linhas de comando, precisando “ser praticamente um piloto da Nasa para conseguir voar”, brinca Emerson. A DJI já tinha um modelo mais prático e até que de boa qualidade, para a época, a controladora Naza H. Mas, em 2013, foi lançado um produto de fácil utilização e boa estabilidade: a linha Phantom da DJI. Após o seu lançamento, o mercado de tecnologia de drones e estabilizadores decolou de vez. Hoje, a Coptercam conta com o Inspire 2 com uma câmera X7, um pequeno e muito prático Drone, para utilizá-lo em publicidades e cinema.

DJI Inspire 2. É um drone médio, versátil e ágil. Suas câmeras (X7 e X5S) possuem movimento 360º independente e lentes intercambiáveis com imagens de alta resolução. Imagem: https://www.coptercam.com.br/

“Acho que o maior diferencial que temos é fazer tudo com paixão. Gostamos do trabalho que fazemos e, por isso, nem consideramos trabalho e, sim, diversão. Nos dedicamos 100% a fazer sempre o melhor e estamos sempre aprendendo a cada dia mais.”

E, sempre que há uma nova tecnologia, a antiga se torna obsoleta, não? Não! Na opinião de Emerson, o mercado de Drones não está substituindo a captação com helicópteros. Por ter um custo de operação consideravelmente mais alto, houve uma grande diminuição no uso de helicópteros, é verdade, mas ele ainda se faz necessário em diversos casos. Seja por questões de legislação ou até limitação do drone, em situações de altura de vôo elevada ou em longos percursos de gravação, por exemplo, o pequeno ainda não consegue substituir seu grande primo.

Porém, é claro, o Drone veio para ficar e, de acordo com Emerson, “atualmente, os drones podem voar sozinhos: o grande desafio é saber extrair a melhor imagem e, para isso, você precisa ter sensibilidade e olhar fotográfico”. E é por isso que a Coptercam trabalha com dois operadores, um para o Drone e outro para a Câmera, além de um assistente. Emerson conta que a maior dificuldade é manter a sincronia e, consequentemente, a precisão de movimentos dos operadores, principalmente quando se tem apenas uma chance para realizar o take. É importante receber o plano de filmagem antes da captação e decidir, junto ao fotógrafo e ao diretor, a melhor maneira de realizar a gravação, sempre pensando na segurança.

“A satisfação e a alegria do diretor ao ver a cena pensada realizada é extremamente gratificante e, assim, percebemos que estamos no caminho certo. Sempre estamos aprendendo com os diretores e os fotógrafos um novo olhar sobre novas situações. E creio que o inverso também acontece.”

Trabalhar há 7 anos juntos também pode ajudar muito nessa sincronia de movimentos e de estratégias. Emerson e Roseane Romão, sua esposa, dizem que o “trabalho a quatro mãos tornou-se duas”, de tanta precisão. Um já entende os movimentos do outro! É como sempre dizemos: uma equipe alinhada é extremamente importante para um produto final coeso e redondo.

E foi com essa sincronia que eles decidiram inovar com segurança e entrar no mercado de movimentos em Camera Car com um set up nunca antes visto no Brasil: um braço Tilta Arm para absorver impactos e uma cabeça estabilizada R2 em um Mini Cooper e, menos de 1 ano depois, adicionaram um Motor Crane à família. Podendo fazer movimentos de 360º com um braço de 4 metros, a equipe precisou crescer um pouco mais e, com o Crane, é necessário captar com, no mínimo, 4 técnicos: driver, operador do Crane, operador da cabeça e focus. “Os movimentos de câmera são mais precisos e com mais segurança, pois não fica ninguém exposto do lado de fora do carro”, explica Emerson, “mas nada é fácil! Tem que treinar muito e se dedicar mais a cada dia”.

Tilta Shock Absorbing Arm. O braço dianteiro é um sistema de suporte de amortecimento hidráulico. Usando dois cilindros hidráulicos, pode obter imagens ultra suaves, mesmo quando estressado para sua capacidade máxima de carga útil: 55 libras. Imagem: https://www.coptercam.com.br/

“Já passamos por situações engraçadas, outras de grande estresse, outras de extrema precisão. Mas o melhor de tudo é que aprendemos e nos divertimos com todas elas.”

O Drone realmente veio para revolucionar! Com ele, conseguimos captar imagens em ângulos que antigamente não eram tão explorados, seja pela dificuldade da captação ou porque era algo muito caro. Já o Camera Car, uma tecnologia nem tão nova, até pouco tempo atrás ainda tinha um uso muito restrito no Brasil por seu alto valor. Este acesso às tecnologias é extremamente importante para pluralizar e deselitizar o seu uso. Ainda que tenhamos um longo caminho para, de verdade, garantir um amplo acesso a aparelhos como Drones e Camera Cars, Emerson garante: “o mercado está aberto a todos que tem interesse, basta só se dedicar que você irá se surpreender”.

Receba nossos artigos!
Nós respeitamos sua privacidade.